MINI-HISTÓRIA SOBRE A POESIA

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POETISA, Eu...? (Minha 1ª poesia)

Me chamam de poetisa / Eu, que nunca fiz poesia / Insistem, me chamam de poetisa / E eu digo: mas eu nunca fiz poesia! /Não sei fazer estrofes, não sei rimar e se eu tentar... / amor rima com humor / Solidão com macarrão / sentimento com condimento / Soluços, com pinguços... / Eu não sei fazer poesia / Por que insistem nessa maestria?

Será que desvendaram minh'alma quimera/ Com loucos suspiros não ditos / Cabeça de leão e corpo de dragão? / Poetisa, eu...? / Por que insistem nessa galhardia? / Só se for de trigonometria / "Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá" / Seno a coseno b, seno b coseno a...

Marisa Queiroz

sexta-feira, 27 de março de 2009

Intrépida Dor

Pela madrugada adentro
Com alma de intrépida desventura
Sentindo os açoites agudos do vento
Cavando minha própria sepultura

Enveneno-me com o pensamento
Atiço chagas do peito a me purgar
Oh! plagas de meu desalento
Fere-me com o punhal do meu penar

É só no olho da mísera dor
É só na boca de lavas ardentes
É só no seio da derradeira flor

Que amalga-me o coração tão verve
Que minh'alma chora clemente
Fustigada no peito em púrpura derme.

Marisa Queiroz
Numa tarde perdida de março/ 2009

SALVA-ME, BACO!

Quando a gente bebe vinho
A gente sonha e se entrega
As venturas e desventuras da vida
Quando a gente se deixa embriagar por Baco
Ó ceus! O que acontece com a gente?
Maldito vinho! Por que me fazes assim?
Não! Tira-me essa visão turva, tenho que enxergar
Não! tira-me esses devaneios
Tenho que pensar na minha realidade
Estou achando que meus sonhos são possíveis?
Cala-te, sonhos baquianos!
Estou usufruindo do não realizado?
Aquieta-te, coração intemperado!
Amanhã terei a dose certa de meus sonhos improváveis
Amanhã serei meu verdugo me acusando
Amanhã serei eu mesma rindo de mim
Por ousar ir além de meus desencantos

segunda-feira, 23 de março de 2009

AMOR É TAÇA DE CRISTAL

Tim-tim!
devagar...
cuidado para a taça não quebrar!

aprenda a sorver
um grande amor
ou um bom vinho
prove-o bem devagarinho

não tenha pressa
amor não é
só conversa
é preciso maturar
é preciso degustar
não o deixe vinagrar

Tim-tim!
o coração anuncia:
Amor a vista!!
mas, cuidado,
a taça é fragil
é de cristal,

se quebrar,
não cola mais...
dá-me vinho,
meu amor!
com ternura
e com carinho...

Marisa Queiroz

ESTA DOR QUE ME RASGA A ALMA

Dor!
Ah, como dói!...
como me rasga por dentro
como despedaça minha alma
como me corroi em prantos

esse soluço que não passa
baixinho pra ninguém perceber
o quanto sofro de saudades de ti
meu único amor!...

quis te esquecer
quis me livrar de teus pedaços
lembranças materiais de uma vida inteira
quis afastar-te de mim

quis fazer da vida
um palco para me divertir
quis outros homens conhecer
outros amores viver

mas no final de cada trilha que segui
só encontrei uma muralha de solidão
e lá estava escrito o teu nome
me lembrando, como uma bofetada, que
mesmo querendo me livrar dos teus pedaços,
só o que consegui foi aumentar a certeza
de que todo meu ser é ainda feito
de lembranças de ti, e que até agora
só resgatei, nesta vida, outros traços de memória
de que até hoje não consigo viver sem ti

Marisa Queiroz

segunda-feira, 16 de março de 2009

MEU PRÍNCIPE !!

Eu sou princesa
Procuro um príncipe
De preferencia, encantado.

Olho pras estrelas
Suspiro e sonho:
Ai quem me dera !...

Olho pra baixo e ...
Encontro um sapo

Sai, coisa nojenta!
Não vou te beijar.
Suspiro por um príncipe
Mas, sempre encontro um sapo

Vou terminar me acostumando
Talvez eu é que seja um sapo
Quem sabe aquele príncipe no cavalo branco
Não se encante com meus belos olhos
Esbugalhados de romantismo?
Com meu coração doce e apaixonado ?

Vem, meu príncipe, me beija!
Esta noite serei tua princesa
Beija-me com ternura e amor
Ou acabarei beijando aquele nojento sapo!


Marisa Queiroz



sábado, 14 de março de 2009

CANÇÃO PARA UM POETA

"Você é corpo e alma , em forma de canção
Você é ...Dó ...Dó-Ré-Mi-Fá...Ré-Sol-Lá-Si !"

Poeta que canta e encanta
Inspira as mais belas canções
Faz a musa cantar
Acalenta a emoção
Poeta do planalto e do sertão
Jardineiro das letras
A tua literatura ressoa
em forma de canção
Teus hiatos são sagrados
São o convite aos sonhos de verão
Onde sob o céu estrelado
És livre pra o porre de amor
Onde quem manda
É a embriaguez do coração.

Marisa Queiroz

À TOA NA VIDA

Sentiu-se à toa na vida
Enrubesceu e quis se ocupar
Listou todas suas obrigações
Tomou seu chá de cidreira
Cochilou e sonhou com o mar

Caminhou pelas areias brancas
Sentiu a brisa no rosto lhe acariciar
Catou mil conchinhas miúdas
Jurou um grande amor encontrar

Acordou cansada da vida,
E deu de cara com sua lista de obrigações
Murmurou com ar blazé scarletiano :
"Pensarei nisto amanhã!..."
Suspirou e foi à praia descansar

Marisa Queiroz

AMOR ZUMBI (sombreatrx)


Deitada em minha fria cova

Aguardo junto aos meus vermes

Ansiosa por tua cadavérica presença

Ops! Desintegrou-se mais um pedaço de mim...

Minhas carnes podres já não aguentam mais te esperar

Ossos, só ossos é o que restarão para ti

Mas, eu sei que virás, meu zumbi impiedoso

E nossa exumação será consumada

No fogo do crematório de nossa paixão.


Marisa Queiroz

ME DÁ UMA CARONA AÍ?

Procuro um poeta louco ,
motorizado pelo desejo
E com o motor envenenado pela paixão.
Seguiremos pelas ruas da solidão,

varando o silêncio das noites
Com poemas lúbricos e rimas audazes.

Alcançaremos as estrelas,

pegaremos carona nas caudas dos cometas,
Nos embriagaremos com os gases etereos da fantasia,
E gozaremos como anjos audazes

que não temem transcender os raios cósmicos
Com as poesias mais loucas e sublimes

das cordas que vibram no coração.
Alguém pode me dar uma carona?

Marisa Queiroz

TÃO SÓ (poesia concreta)


Só tão só
Tão só tão
Sótão só
Tão tão só
Só dão soli
Tão sóli dão
Só tão sótão
Só tão solidão!
Marisa Queiroz

terça-feira, 3 de março de 2009

RISCOS DO AMOR

O amor, seja lá como for,
Corre riscos circunstanciais,
pois os olhos ficam cegos,
o coração bate em descompasso
A respiração encurta
E a razão enlouquece

Chamem um Segurança do Amor
Para proteger os ímpetos do coração
Dos desmandos da louca razão
Pra abrir os olhos que não querem ver
Pra oxigenar os suspiros de seus eternos ais.

Marisa Queiroz