MINI-HISTÓRIA SOBRE A POESIA

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POETISA, Eu...? (Minha 1ª poesia)

Me chamam de poetisa / Eu, que nunca fiz poesia / Insistem, me chamam de poetisa / E eu digo: mas eu nunca fiz poesia! /Não sei fazer estrofes, não sei rimar e se eu tentar... / amor rima com humor / Solidão com macarrão / sentimento com condimento / Soluços, com pinguços... / Eu não sei fazer poesia / Por que insistem nessa maestria?

Será que desvendaram minh'alma quimera/ Com loucos suspiros não ditos / Cabeça de leão e corpo de dragão? / Poetisa, eu...? / Por que insistem nessa galhardia? / Só se for de trigonometria / "Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá" / Seno a coseno b, seno b coseno a...

Marisa Queiroz

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Escreva-me!

Escreva-me por favor, escreva-me
Nem que sejam apenas duas palavras
Difícil é ficar sem notícias suas
Oh! por favor, não me esqueça
Escreva-me...
Nem que sejam duas palavras apenas
"Te amo!"


Marisa Queiroz

sábado, 20 de junho de 2009

Teias de Sedução

Amor, amado meu
Envolvo-te em meus braços
Com um lânguido abraço
Escorrego por entre teu peito
Ansiando por um longo beijo

Vem, carrega-me no colo
Sussurra em meus ouvidos
Palavras de desejo
Diz que me ama

E eu serei toda tua
Nua.

Marisa Queiroz

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Divagando com meus botões

Tem dias que o coração clama por algo novo, algo que nos tire da mesmice. Algo que nos faça sonhar, matutar e falar com os botões.
Acordei com um fraco raio de sol adentrando em minha janela e pensei em dar uma bela caminhada na orla do mar. Afastei as cortinas, e deparei-me com as misteriosa brumas de outono da cidade. Árvores com folhas gotejadas pelo orvalho da madrugada, cheiro de terra molhada e um tímido sol escondido por entre as grossas nuvens escuras.

Minha alma foi surpreendida por um acalento inconfessável e eu me disse sem nenhum pudor: Mas, que caminhada, que nada! O dia pede um chá quente, um edredon, um laptop no colo e uma licença permissiva para sonhar. Olhei novamente para a nostálgica paisagem e me surpreendi com uma estranha criatura cinza e cheia de patas, grudada como um imã de geladeira no vidro de minha janela. Com o que parecia aquele inseto? Uma mistura de aranha com besouro e barata de praia. Teria um nome específico? Não sei, mas cuidei para que os vidros estivessem bem fechados para que ele não pudesse entrar. Me questionei depois se eu deveria ser mais ecológica ou tratar mais a minha entomofobia. Porém, a vida nos ensina que a sós, podemos ser politicamente incorretos, ser a "rainha malvada" ao invés de "princesinha". Odiei aquele inseto grudado no meio da paisagem de minha janela e senti vontade de dar-lhe uma "maçã envenenada". Porém resolvi perdoá-lo pois, não fosse por ele, mexendo com minhas vísceras, não teria tido a oportunidade de fazer uma reflexão sobre minhas próprias sujeiras decantadas.

Gosto de escrever e quando o faço, apaixono-me por mim mesma. Um ato puramente narcícico. Se Narciso soubesse escrever, ele certamente não teria se afogado com sua própria imagem no lago. Teria se conservado apaixonado por si e seduzido o mundo com sua literatura. Ai, como eu amo os poetas! Mas, só os verdadeiros poetas, aqueles que, como diz Fernando Pessoa, mentem tão completamente que fingem que é dor o que deveras sentem. Gosto também de escrever poesias e de deixar meu coração me iludir com as dores, paixões e solidões que ele mente que sente. Chego a acreditar tanto neste meu fingido coração que, por vezes, sofro e choro como uma poetisa sentida.

Gosto de escutar, liberar e escrever as loucas palavras vãs que vêm de meu coração - pândego sentimental, um bobo sem razão, que me faz experimentar as mais insensatas emoções. Escrevo crônicas, poesias e contos e, neste embalo da alma é que canto e me encontro. O inseto já se foi. As brumas esconderam mais ainda o sol e agora uma fina chuva cai. Eu, aqui em meu quarto, continuo matutando com minhas letras, dissecando minha alma e divagando com meus botões.

Epitáfio de uma poetisa


" É doce a eternidade!"


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Que Amor é Este?

Amigo, amado e poeta...
tu já mereces
minha calma
minha paz
meus versos
minhas fantasias
minha vibração
no cosmos, na alma

me fazes tão bem! ...

Que amor é este?
É amor de passarinho
livre e sem amarras
sem medo da liberdade
cujo destino reside
apenas nas asas
e cuja alegria está
no cantar e encantar....

Queres adicionar um vinho?
Então nós dois,
ébrios de paixão e de frenesi,
da ponta do cabelo
aos dedinhos dos pés,
sorveremos nossas trovas de amor
entre os lençóis das ondas
sob o manto das estrelas
A conivência da lua
e a voluptuosidade do mar

Que tal mais um trago de vinho?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Amor fugaz

Amor fugaz
De verve assaz
Na tênue jaez
Me faz sagaz

te amo, te amo, te amo

Amor que pinta
Incendeia e arde
Raio que brota
Vento que passa

Poesia se faz....